Mulheres de Ouro: campus Ouro Preto apoia ao empreendedorismo feminino no setor joalheiro

Criar e institucionalizar, no Campus Ouro Preto, um espaço de discussão, aprendizagem e produção coletiva para as mulheres que atuam no setor da joalheria artesanal do município e região. Esta foi a principal motivação que levou Lorena Gomes, professora da área de Joalheria, a idealizar o projeto de extensão Mulheres de Ouro. “O nome evoca a preciosidade e o valor da mulher, tal como o metal nobre ouro é reconhecido, ao mesmo tempo em que remete à região na qual as participantes estão inseridas”, explica. 


 A iniciativa teve o propósito de desenvolver continuamente o trabalho das participantes por meio de oficinas, consultorias, palestras, rodas de conversa, entre outras atividades. Além disso, procurou contribuir para a geração de renda e apoio ao empreendedorismo feminino no setor, tendo em vista que a joalheria no Brasil, enquanto atividade profissional, foi ocupada predominantemente por homens desde o período colonial. 


Além disso, o projeto intencionou fortalecer as relações do grupo, ampliando a rede de contatos, bem como organizando e viabilizando a participação dessas mulheres em eventos. Por fim, o Mulheres de Ouro empenhou-se, ainda, em promover a igualdade de gênero no setor.  

Em 2019, o projeto piloto contou com a participação de 17 mulheres, em grande parte, egressas e alunas dos cursos da Área de Joalheria ofertados pela instituição. Com a pandemia, as atividades foram suspensas em 2020. 


Resultados e próximos passos

Segundo a coordenadora, durante o tempo em que foi realizada, a iniciativa demonstrou ser viável e sinalizou novas oportunidades para o grupo. A aproximação do IFMG  com a comunidade externa foi um dos resultados alcançados. 


Além disso, o projeto oportunizou a presença do grupo em eventos de importância regional, como o Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade e o Festival de Turismo, Educação e Negócios. Também merece destaque o fortalecimento das relações do grupo. 

“Foi uma experiência bastante enriquecedora, de valorização da joalheria artesanal feita por mulheres de Ouro Preto e região. Através do trabalho com a minha marca, pude trazer uma nova leitura estética voltada para a joalheria contemporânea com utilização de novos materiais”, conta a participante Julia Fernandes.


Para Lorena, a heterogeneidade do grupo se reflete de forma interessante nos produtos. “Considero o design das peças um diferencial do projeto. Além dos materiais tradicionais, como prata e gemas de cor, algumas coleções utilizam materiais alternativos, tais como cerâmica, resina, fibra de celulose, pedra-sabão e resíduo de madeiras. O resultado são joias artesanais e únicas, que valorizam tanto o território local quanto as mulheres que trabalham neste ofício.  Durante os eventos, tivemos um feedback muito positivo dos visitantes”, ressalta.


Diante dos resultados alcançados, a docente já planeja, assim que possível, uma nova edição do projeto: “Esperamos reativar o Mulheres e Ouro e ampliar a sua divulgação para que mais pessoas possam participar”.