Projeto proporciona experiência multissensorial a cegos e pessoas com baixa visão

Já imaginou ouvir um audiolivro e, ao mesmo tempo, perceber todas as sensações descritas na história, como o vento bater no seu rosto ou sentir o aroma de uma flor? Essa é a proposta dos audiolivros multissensoriais, ideia do professor Gustavo Guedes que surgiu a partir da orientação ao aluno Helder Yukio Okuno, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação do Cefet/RJ Unidade Maracanã.


De acordo com Okuno, os audiolivros multissensoriais são uma extensão dos tradicionais e, ao proporcionarem efeitos de aroma, som e vento, estimulam a imaginação dos usuários. “O objetivo inicial do projeto é proporcionar inclusão digital e acessibilidade a pessoas com baixa visão ou cegueira total, embora também possa atender a outros públicos, como as pessoas com dislexia”, explica o pesquisador.


Para colocar o estudo em prática, Okuno desenvolveu o aplicativo MulseBook Audio, em parceria com os estudantes Byatriz Rosa e Patrick Sardou, além do professor Bruno Policarpo, da Unidade Nova Friburgo. A ferramenta, instalada em um smartphone, envia comandos para um microcomputador utilizado em ensino de programação (Raspberry Pi) via conexão wi-fi. O equipamento aciona automaticamente objetos como ventilador, difusor de aromas e caixa de som, que produzem os efeitos multissensoriais condizentes com a história que está sendo contada.


A primeira narrativa criada para o aplicativo chama-se “Cida e Adão em uma experiência multissensorial”, do autor Silvino Netto, desenvolvida em parceria com a OSCIP Brasil Forte. Essa história objetiva despertar a inteligência naturalista, que é uma das nove inteligências múltiplas – teoria desenvolvida pelo Prof. Dr. Howard Gardner, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.


O MulseBook Audio já foi testado com os alunos do Instituto Benjamin Constant, centro de referência na área de deficiência visual, e a experiência foi aprovada pelo centro de estudos e pesquisas do instituto, o Cepeq-IBC. Segundo os responsáveis pela iniciativa, os próximos passos são a criação de novas histórias para o aplicativo e a captação de recursos para a implantação dessa tecnologia em instituições do Rio de Janeiro.


Clique para assistir a um vídeo de apresentação do projeto.


Assessoria de Comunicação do Conif

Texto: Ascom IFMG