No CPII, formação técnica em Música é referência no Rio de Janeiro

Quando se pensa nos impactos que a educação profissional e tecnológica tem sobre o desenvolvimento nacional e as comunidades regionais é comum pensarmos em formações voltadas para as ciências e a tecnologia. Mas você já parou para pensar na importância que formações relacionadas às áreas das artes e das culturas têm sobre o nosso país?


No Colégio Pedro II (RJ), o curso técnico integrado ao ensino médio em Instrumentos Musicais -com especializações em flauta transversal, piano e violão - tem oportunizado uma formação que contempla tanto a preparação técnica de jovens músicos para o mercado de trabalho quanto a continuidade dos estudos no ensino superior de Música. Isso, sem deixar de incentivar o estudante a desenvolver uma visão ampla de mundo, onde este possa reconhecer seu papel na construção de uma sociedade mais justa, mais democrática e que valorize a arte e a cultura.


No estado do Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II é a única instituição da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica a oferecer formação técnica de nível médio na área de Música. O curso técnico em Instrumentos Musicais é oferecido na Escola de Música do Campus Realengo II, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Esta região abriga mais de 2,6 milhões de habitantes, cerca de 41% da população da capital. No entanto é uma das regiões mais carentes quando o assunto é o acesso a aparelhos culturais.

Escola de Música do Campus Realengo II


“O Campus Realengo II do Colégio Pedro II e, especialmente, o Ensino Médio Integrado/Técnico em Instrumento Musical são de extrema importância na promoção da música e das artes em geral para toda a comunidade de Realengo e da Zona Oeste. No decorrer do curso, os alunos têm contato com músicos e artistas profissionais, que participam de atividades no colégio; assistem a concertos e apresentações musicais, dentro e fora da escola; realizam apresentações musicais, por meio dos projetos desenvolvidos pelos professores e, assim, tendem a se tornar multiplicadores de arte e cultura em seus ambientes sociais e familiares, fazendo com que a instituição extrapole os limites de seus muros”, comenta Solange de Abreu, coordenadora do curso técnico em Instrumento Musical.


Erick do Carmo

Exemplos desse retorno social são as diversas apresentações performadas pelos estudantes, onde os aprendizados do curso podem ser postos em prática. “As atividades extracurriculares me fizeram experienciar o mundo performático e pedagógico descortinado por essa área de atuação. As situações que mais me marcaram foram as performances de devolutiva social que o Colégio Pedro II sempre se preocupou em prestar. As apresentações com os grupos da Escola de Música, como viagens do coral de alunos, dos Chorões do CPII e do grupo de flautas me proporcionaram muita maturidade nos palcos e na disciplina para me dedicar aos mais diversos estilos de música”, destaca o egresso do curso de flauta, Erick do Carmo. Erick deu continuidade à sua formação como músico no ensino superior e hoje é bacharel em flauta transversal.


Arthur de Andrade

Em 2022, o curso técnico em Instrumentos Musicais completa dez anos. Nesse período, cerca de 160 estudantes se formaram na Escola de Música. Entre os egressos está Arthur de Andrade que destaca a importância da formação técnica para sua carreira profissional. “Todo o curso foi marcante para a minha formação profissional, principalmente por conta do corpo docente, que honra o compromisso de nos orientar quanto aos caminhos que a música pode nos proporcionar a seguir. Estou prestes a me formar bacharel em violão clássico, e atualmente, trabalho como professor e musicalizador infantil em uma das maiores escolas particulares de música do Rio de Janeiro, onde aplico inúmeras ideias que me foram apresentadas a princípio no curso técnico, toda a abordagem sócio cultural, teórico-prática e estrutural do curso se fez responsável pelo profissional que sou hoje”, analisa Arthur.


Tradição em educação musical


A educação musical está presente no Colégio Pedro II desde sua fundação, em 1837. Ao longo da história da instituição, além do ensino em sala de aula, são muitos os exemplos do engajamento estudantil em práticas musicais extracurriculares.


Banda de Tambores, década de 1950

Atualmente na educação básica, a música integra o currículo da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. Além do curso técnico integrado ao ensino médio, a música também está presente na pós-graduação, com a oferta da especialização em Práticas Musicais na Educação Básica, e em diversos cursos de extensão que abrangem a prática instrumental e o canto coral.


Aula de Música para estudantes do ensino fundamental

Para Anna Cristina da Fonseca, coordenadora geral do Departamento de Educação Musical, o ensino de música na educação básica permite ampliar as habilidades e competências dos estudantes e até mesmo abrir caminhos para despertar vocações profissionais. “As diversas atividades pedagógicas desenvolvidas em sala de aula permitem a expressão e a criação artísticas por meio do som e o trabalho com conteúdos de natureza figurativa e simbólica, envolvendo aspectos cognitivos, afetivos, sensoriais, sociais, estéticos e motores”, destaca. “A convivência com as diversas facetas do trabalho do músico pode, sim, ampliar o repertório dos estudantes, sensibilizando-os e fazendo-os vislumbrar caminhos profissionais que vão desde o intérprete, instrumentista ou vocalista, até o docente, o compositor e o produtor musical, passando pelo técnico de som e pelo arranjador”, complementa Anna Cristina.


Assessoria de Comunicação do Conif

Texto: Bianca Souza / Ascom do Colégio Pedro II