Solenidade realizada na manhã desta terça-feira, 17 de maio, no Instituto Federal de Goiás - Câmpus Goiânia marcou o início da distribuição de cerca de 400 minicomputadores a instituições públicas de ensino de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Itumbiara e Uruaçu. A ação é resultado do projeto Além do Horizonte que visa a descaracterização de equipamentos apreendidos pela Receita Federal do Brasil, conhecidos como TV Box, para destinação sustentável e com finalidade educacional.
Os equipamentos apreendidos pela Receita Federal originalmente eram aparelhos de TV Box importados de forma irregular, adulterados para realizar a pirataria de canais pagos, filmes e outros conteúdos restritos. O Câmpus Goiânia atuou na transformação desse material em minicomputadores, retirando o software que dá acesso ilegalmente aos satélites e reconfigurando-o para funcionar como uma CPU, com sistema operacional e softwares de educação gratuitos.
Esse processo contou com a participação de docentes e estudantes do Câmpus Goiânia. “Nós fizemos a descaracterização dos equipamentos e a possibilidade de novo uso. Eu conheci o Projeto Além do Horizonte, que já existia, que reaproveita o equipamento – TV Box – e pra nós conseguirmos atuar nas três linhas: ensino, pesquisa e extensão”, comenta o professor Eliezer Alves Teixeira, das área de Elétrica e Telecomunicações do Câmpus Goiânia.
Para a Receita Federal, a destinação às escolas públicas é importante, além de evitar o descarte desses equipamentos. “O projeto traz para a sociedade vários benefícios por meio do reaproveitamento dos produtos apreendidos. Entre eles, evita a destruição dos equipamentos, que gera custos para o Estado, evita problemas ambientais, auxilia na capacitação de quem vai transformar os equipamentos, traz benefício social, consciência tecnológica e é um projeto-piloto em Goiás”, afirma o diretor-adjunto da Receita Federal do Brasil, Djalma Lustosa.
Segundo a diretora do Câmpus Goiânia, professora Adriana dos Reis Ferreira, fazer parte do projeto Além do Horizonte auxilia a Instituição na concretização dos eixos de ensino, pesquisa e extensão. “Quero ressaltar a importância de receber um projeto desses no câmpus porque se tornou um projeto de ensino, pesquisa e extensão. E esse tripé se efetiva ao entregarmos os equipamentos para as prefeituras, que vão encaminhar às escolas públicas. Quero parabenizar toda a equipe, gestores, professores e alunos. Estamos cumprindo nosso papel social”.
José Carlos Barros Silva, diretor Executivo do IFG, no ato representando a reitora, professora Oneida Cristina Barcelos Irigon, reforça o papel social da Instituição com o projeto. “Temos um ganho social com o projeto, cumprimos nosso papel social enquanto instituição e enquanto pessoa. Podemos alcançar um maior número de pessoas com projetos como esse, temos um ganho econômico, ambiental, educacional. Agradeço o trabalho de todos vocês”.
De acordo com a Receita Federal, o projeto teve origem em Minas Gerais a partir de parcerias com a Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de Lavras e o Instituto Federal Sul de Minas. Em todo o Brasil, foram entregues 3.325 minicomputadores a partir dessa descaracterização.
Recurso para educação
O superintendente de Inovação e Tecnologias Educacionais de Aparecida de Goiânia, Luciano Rogerio Fernandes, afirma que as doações vão ser úteis para a inclusão digital de mais de 2 mil alunos da rede municipal de ensino. “Estamos construindo uma cidade inteligente e isso passa pela educação. Já fizemos parceria com IFG em 2019 na área de inteligência artificial e agora com o espaço maker vamos dar a noção às crianças sobre tecnologia”, explica. Além de Luciano, esteve presente também no evento a secretária Municipal de Educação de Itumbiara, Silvana Fernandes Matos Macedo.
A finalidade educacional dos equipamentos apreendidos é vista pela Receita Federal como algo positivo. “É muito gratificante participar de um evento em que nós não somos vistos como cobradores e fiscalizadores. Essa parceria com o IFG e com outros institutos é uma satisfação pra nós, pois temos um estoque grande da TV Box. Estamos à disposição para continuarmos essa parceria”, conclui o superintendente-adjunto da Receita Federal do Brasil, João Paulo Ramos Fachada Martins da Silva.
“É uma iniciativa extraordinária, pois temos um volume grande de apreensão e a destruição dos equipamentos gera muito custo. A gente vislumbra possibilidades de transformar em outras coisas além da CPU”, completa Ana Paula Mendonça Abrão, que esteve na solenidade de entrega dos minicomputadores representando o gerente Regional da Anatel nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, Paulo Aurélio Pereira da Silva.