O XIV Congresso Norte-nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi), organizado pelo Instituto Federal do Pará (IFPA), inovou com o painel “Meninas na Ciência”. A qualidade das pesquisas e desenvoltura das jovens durante as apresentações chamaram a atenção do público e das bancas avaliadoras. O evento ocorreu na tarde de terça-feira, 27 de agosto, em dois salões, Tapajós e Tocantins, do hotel Sagres.
Foram apresentadas pesquisas sobre: coletivo de acolhimento feminino, desenvolvimento de sensores para reabilitação motora, educação fiscal, inserção das meninas no universo da pesquisa, atuação das mulheres na área da tecnologia da informação, avaliação da aptidão física em jogos e brincadeiras, análise de solo para auxiliar perícia de feminicídio, energia limpa e construção sustentável, software para aprendizagem de cálculo, escola de liderança e formação em ciência para mídias digitais, relações étnico-raciais e experiências sociais de discentes negros e indígenas, aplicativo para alertar sobre incêndio as pessoas com deficiência, canudos comestíveis de cupuaçu, produção e circulação de textos femininos, digitalização e impressão 3d como ferramenta na produção de modelos anatômicos veterinários.
A estudante do Instituto Federal de Roraima (IFRR), Natália da Silva Conceição, prestigiou as apresentações do Painel Meninas na Ciência que ocorreram no salão Tocantins. De tudo que viu, ela destacou a impressão 3D de luvas anatômicas, um protótipo apresentado por uma jovem do IF do Amapá (IFAP). “Uma das grandes dificuldades dela era ter capacitação. Ela contou como conseguiu romper esta barreira e realizar este trabalho. Agora, submeteu um projeto para que ela possa capacitar outras pessoas nesta linha de pesquisa de impressão 3D”.
Sobre o painel, Natália avalia que o “Meninas na Ciência” é uma iniciativa muito importante para diminuir a desigualdade de gênero. “Para mim, vinda da Roraima, o estado com a maior taxa de estupro, violência e de feminicídio do país, este espaço é crucial para trazer e apresentar meu projeto para o conhecimento de pessoas de vários estados do Brasil”.
Para a professora do Instituto Federal do Pará (IFPA) Ana Priscila de Souza Farias, que atuou no salão Tapajós, a Rede Federal acertou ao incluir o Meninas na Ciência à programação do Connepi. Este espaço cria uma oportunidade de visibilidade das pesquisas feitas por mulheres. “ É algo fantástico ver as meninas engajadas com tecnologia da informação, informática e elétrica em um ambiente majoritariamente masculino. Mas, aqui elas trouxeram os resultados preliminares e os finais de suas pesquisas. Foi uma tarde muito fértil e interessante”.
Ana Priscila avalia, ainda, que é muito válido dar voz a meninas pesquisadoras. Várias apresentações durante a tarde lhe chamaram a atenção. “Uma jovem do IFPA nem olhava para a tela, os objetivos eram claros, a metodologia e referências adotadas também. Outra jovem de Rondônia falava com um vocabulário riquíssimo. E outra de Macapá parecia ter anos de conhecimentos em mineração”. Ela afirma que estas jovens são assim por conta do engajamento delas com a pesquisa, o apoio e motivação dos professores. “A somatória de tudo isso lhes garante propriedade para falar, pois conhecem suas pesquisas. E fazem parte de verdade da pesquisa”.
A professora do IF do Sertão Pernambucano, Jussara Adolfe Moreira, participante da banca avaliadora dos trabalhos desse Painel, afirma que é motivador para as estudantes terem este espaço para mostrarem as pesquisas que criaram, inovaram, e os impactos sociais que verificaram em decorrência da atividade. “No geral, elas fizeram excelentes apresentações. Identificaram os objetivos sustentáveis que elas aplicaram às pesquisas. E seus trabalhos incentivam outras meninas a querer participar. Espero que o Connepi mantenha o Meninas na Ciência e venha mais projetos nas próximas edições”.
Diretoria de Comunicação do Conif
Texto: Assessoria de Comunicação do IFPA
Foto: Arquivo IFPA