A 14ª edição do Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi) começou na última terça-feira (27/8), em Belém (PA). O Instituto Federal do Pará (IFPA) é o anfitrião e recebe pesquisadores dos 18 Institutos Federais que compõem as regiões envolvidas.O evento segue até 29 de agosto, no Hotel Sagres e Campus Belém. Acesse a programação completa aqui.
Ao longo dos dias de encontro, serão tratados temas e atividades como Meninas na Ciência, Mostra Tecnológica e Desafio de Ideia, palestras, minicursos, mesas-redondas, Mostra Cultural e Mostra Audiovisual e eventos integrados.
As primeiras atividades do XIV Connepi ocorreram pela manhã: Mostra Tecnológica, conferência “Educação Tecnológica e a Construção de Trajetórias: conectando experiências locais e globais” ministrada por Luís André Barbas ”; e cerimônia de abertura. No período da tarde, ocorreu o painel “Meninas na Ciência” com a apresentação de trabalhos de pesquisadoras.
Em paralelo às atividades estudantis, ocorreu à tarde o Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Forpog) Norte-Nordeste, promovido pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Já no período vespertino, as pessoas tiveram a oportunidade de participar de um dos 22 minicursos: escrita acadêmica, poesia bilíngue, elaboração de currículos e entrevista de emprego, registro de software, segurança pública, tecnologia digitais, uso de aplicativos de geolocalização, formação de estudantes-autores. Além disso, também foi realizado o painel temático “Vamos falar de inclusão no ensino superior?”, com a palestrante Alessandra Sampaio, Gediel de Aviz do Carmo e Andrezza Lima de Oliveira e mediação de Nívia Costa.
Conferência
Proferida pelo professor titular do campus Castanhal, do IFPA, Luis André Luz Barbas, a mesa “Educação Tecnológica e a Construção de Trajetórias: conectando experiências locais e globais” abordou a importância da educação tecnológica no cenário atual para o Brasil. O tema foi dividido em três momentos: contextualização, apresentação da trajetória pessoal e profissional com foco na pesquisa e inovação dentro da Rede Federal, conexões como parte da formação do pesquisador.
Para André Barbas, o Connepi é uma oportunidade para trocar ideias e fazer novas conexões, verificar as práticas de cada instituição e realizar intercâmbios de experiências em Pesquisa. Onde se acredita que a transformação digital, a inovação, a competitividade são fatores que podem ajudar no processo de inclusão social e desenvolvimento sustentável.
O professor do IFPA também citou os desafios enfrentados e, com base em dados de 2019 a 2023 levantados pela Clarivate, destacou que o Brasil está na 13º posição em produção de publicações no mundo e é protagonista na implantação dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), erradicação da fome, agricultura sustentável e ampliação de pesquisas em inteligência artificial e generativa.
A proposta da Conferência é levar os pesquisadores – estudantes, professores e técnicos – a refletirem quem são e como transitam na Pesquisa e Inovação, levando-os a refletir sobre colaboração, integração e verticalização no Ensino e Pesquisa. Para isso, André destacou as pesquisas desenvolvidas por ele no IFPA. Ele explicou como descobriu um ótimo produto para a saúde animal.
Após observar que o tremor do jambu era tranquilizante e anestesiante, ele desenvolveu um estudo para verificar o uso de seus compostos para promover a saúde animal, em especial o peixe tambaqui - durante o transporte. Na oportunidade, André também comentou sobre os estudos promissores das propriedades do açaí para proteger o cérebro de crise compulsiva. As pesquisas foram publicadas em importantes periódicos.
O conferencista, ao final, convidou os estudantes e professores a buscar ampliar as conexões, manter o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, praticar atividades físicas e reconhecer que ninguém cresce ou desenvolve sozinho, ou seja, é necessário dar feedback quando necessário aos que estão envolvidos nas pesquisas.
Cerimônia de Abertura
Ainda no final da manhã da última terça-feira, o público do Connepi, que lotou o salão Atlântico, assistiu à apresentação do grupo “Brega Pai D’égua”, composto por quatro dançarinos. O grupo apresentou as danças dos principais ritmos: o tecnobrega, calipso, brega saudade e carimbó. O público vibrou e cantou com a apresentação.
Na sequência, a mesa de abertura foi composta pela reitora do IFPA e coordenadora da Câmara de Pesquisa e Inovação do Conif, Ana Paula Palheta; pela diretora de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Setec/MEC), Carla Comerlato Jardim; pela Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Instituto Federal do Ceará e Coordenadora do Fórum de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação da Rede Federal (Forpog), Joélia Marques de Carvalho; pelo reitor do Ifal e vice-presidente de Assuntos Parlamentares do Conif, Carlos Guedes; pelo Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFPA e presidente da Comissão Organizadora do XIV Connepi, Saulo Rafael Silva.
As falas da mesa foram de agradecimento. Saulo fez as boas-vindas e agradeceu a todos que não mediram esforços para realizar pesquisa, para trazer seus alunos ao evento e para a organização do Connepi: estudantes, técnicos, professores, diretores e reitores.
“O Connepi tem o papel fundamental para a pesquisa. Nossos professores são pesquisadores a partir da sala de aula. Os servidores técnicos administrativos fazem parte deste processo, eles acompanham os alunos aqui. Este evento mostra que conseguimos fazer sim Ensino, Pesquisa e Extensão de qualidade. É uma face da educação pública que serve a sociedade”, destacou Joélia Marques.
Carla Comerlato falou da felicidade de ver os alunos dos 18 institutos das regiões Norte e Nordeste. Citou que o evento teve mais de 1.221 trabalhos aprovados e seis mil inscrições.
“Só os institutos federais propiciam este cenário que envolve estudantes de 15 e 16 anos participando de grupos de pesquisas como graduandos, pós-graduandos e professores de altíssimo gabarito”, afirmou Carla. De acordo com ela, isso reforça a importância da Pesquisa e Extensão como estratégias para formação profissional e tecnológica.
Carla também mencionou os investimentos feitos pelo governo federal no sentido de ampliar o número de institutos federais no país. A proposta é fazer mais 100 novos campi, dos quais 50 são na região norte e nordeste. “O governo tem cumprido o compromisso com estas regiões no sentido de criar condições para reduzir a desigualdade e a fome. Além das ampliações, realiza o processo de consolidação da Rede Federal com repasse de recursos”.
A reitora Ana Paula Palheta, antes de falar, colocou a plateia para cantar uma música do mestre paraense Pinduca, convidando todos que chegaram a Belém para embarcar e fazer muito barulho para a pesquisa e inovação.
“Que a nossa rede possa mostrar os nossos resultados, sua vocação de construir trajetórias acadêmicas e apontar soluções para o dia a dia. Temos, enquanto instituto federal, condições de realizar as transformações que nossa sociedade precisa. Hoje é a concretização de um sonho”.
Diretoria de Comunicação do Conif
Texto: Assessoria de Comunicação do IFPA
Foto: Arquivo IFPA