Expedição do Projeto Árvores Gigantes da Amazônia mapeia árvores centenárias no Amapá

Foto: Francisco Barbosa

Expedição do Projeto Árvores Gigantes da Amazônia identificou a existência de espécimes centenárias, com pelo menos 150 anos de vida, no santuário de árvores gigantes, localizado entre a Reserva do Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru (RDSI) e a Reserva Extrativista do Rio Cajari (RESEX), no estado do Amapá.

A expedição, que ocorreu de 15 a 21 de janeiro de 2023, objetivou datar a idade das espécies vegetais em torno do santuário das árvores gigantes. Para o estudo, a equipe utilizou amostra de aproximadamente 50 indivíduos (espécimes) de Cedrela odorata ("cedro") e dois indivíduos de Bertholletia excelsa ("castanheira"). Para análise, foi realizada a coleta dendrocronológica, uma técnica de datação que se baseia nos anéis de crescimento das árvores, conforme figura abaixo.



Legenda

1. nó originado por um ramo antigo;

2. primeiro ano de crescimento;

3. crescimento de primavera;

4. crescimento de outono;

5. cicatriz resultante de um incêndio;

6. anel de crescimento anual.

Fonte: www.ccvfloresta.com/dendrocronologia

Os dados dendrocronológicos foram aplicados ao método crossdating, que consiste na comparação dos padrões dos anéis de crescimento entre as árvores em busca do padrão em comum. “O clima é um dos fatores que influenciam no padrão dos anéis de crescimento a cada ano. Como todas as árvores estão crescendo sob as mesmas condições climáticas, em teoria, todas elas irão apresentar padrões de largura de anel semelhantes”, enfatiza a pesquisadora da universidade de Arkansas (EUA) e membro da equipe expedicionária Daniela Granato.

Equipe faz identificação da espécie / Foto: Francisco Barbosa


Em uma avaliação inicial, a pesquisadora confirma a existência de árvores centenárias no santuário, com pelo menos 150 anos de vida. “Nós iremos continuar tentando mapear as árvores com potencial dendrocronológico nas outras áreas dos santuários de árvores gigantes para novas coletas dos novos sítios. O objetivo principal é de datar os sítios com as espécies que são passíveis de serem datadas. Objetivamos também conseguir datar os angelins gigantes”, afirma a pesquisadora.


​Segundo o coordenador do Projeto Árvores Gigantes da Amazônia e professor do Ifap, Campus Laranjal do Jari, Diego Armando, o estudo é de grande importância já que a conclusão de que há arvores centenárias na região ajudará a comunidade científica a entender o crescimento e o desenvolvimento das árvores de grande porte na região. “Essa é uma informação que pesquisadores do mundo todo têm interesse em conhecer, pois vai ajudar a entender que fatores levaram a esse desenvolvimento diferenciado dessas árvores nessa região”, explica Diego.

A expedição contou com a participação de pesquisadores e estudantes do Campus Laranjal do Jari do Instituto Federal do Amapá (Ifap), sob a coordenação do professor Diego Armando Silva da Silva; de Daniela Granato, da Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos; Lucas Guimarães Pereira, da Universidade Federal de Lavras; Anthoinhy Vittória, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; e Anderson Firmino, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Amapá.

O grupo contou ainda com o apoio e participação dos moradores da comunidade de São Francisco do Iratapuru Aldemir Pereira da Cunha, Raimundo Pereira Cunha, Reginaldo Rodrigues da Silva e Eudimar Viana; dos estudantes de Engenharia Florestal Rondineli Viana, Manuele Pereira, Adriana e Francisco Barbosa; dos motoristas do Ifap Roberlan e Márcio; e dos planejadores da expedição Anderson Pedro, João Ramos, Márcio André e Carla Samara. No ato, José Jussian da Silva representava a Fundação Jari.


Assessoria de Comunicação do Conif

Texto: Ascom IFAP