Há 1 ano, atletas de Goalball da Associação de Deficientes Visuais de Timóteo e Amigos (Adevita) vêm utilizando o ginásio do CEFET-MG campus Timóteo para realizar os treinos. E a parceria, apesar de recente, vem rendendo bons frutos: a equipe, primeira do Vale do Aço da modalidade, já teve atletas selecionados para a seleção sub-23 do Regional Sudeste I e para a seleção de Minas Gerais, que ficou em terceiro lugar nacional nas Paralimpíadas Escolares de 2023.
De acordo com a professora de Orientação e Mobilidade Lucinete Silva, treinadora da equipe de Goalball da Adevita, as conquistas têm extrapolado as quadras: “A parceria com o CEFET-MG possibilitou a melhoria dos movimentos dos atletas para a realização das técnicas do Goalball; sem esse espaço não teríamos condições de chegar a competir em um nível melhor contra as outras equipes”, afirma.
Lucinete conta que antes de treinar nas dependências do campus Timóteo, a equipe realizava o treino no prédio da Adevita, onde o espaço era menor do que a marcação oficial da modalidade: o espaço tinha 6 metros de largura por 18 metros de comprimento, mas o tamanho da quadra de Goalball deve ser de 9 metros de largura por 18 de comprimento.
“Com isso, acredito que a parceria surgiu como uma grande oportunidade na minha vida e, principalmente, nas de nossos atletas, pois a quadra permite o deslizamento adequado para termos um ótimo desempenho do movimento, como é necessário no Goalball”, explica.
A equipe realiza os treinos no CEFET-MG duas vezes por semana, das 13h30 às 16h. Para o diretor do campus Timóteo, professor Erick Chaib, é uma satisfação manter a parceria para uso do ginásio. “A inclusão social proporcionada por meio da prática dessa modalidade esportiva é muito importante na melhoria da qualidade de vida dos atletas e proporciona interação com a comunidade escolar”, diz.
Interação entre atletas e estudantes
A treinadora da equipe de Goalball da Adevita, Lucinete Silva, relata que a presença dos atletas no campus favorece ainda a interação com os estudantes do CEFET-MG. “Percebo que os estudantes têm gostado dessa interação, dessa vivência com os atletas e com a modalidade. Eles são muito educados com a gente: se estamos precisando de ajuda, eles vêm ajudar, vão conversar com os atletas para conhecer um pouco mais da modalidade e de nossas conquistas”, conta.
Essa interação, em breve, poderá ser sistemática e curricular, se depender da professora de Educação Física do campus Timóteo Luiza dos Anjos. Isso porque ela pretende realizar atividades conjuntas entre atletas e alunos durantes as aulas ou durante os treinos da equipe de Goalball.
“As modalidades paraolímpicas já são parte da rotina de aulas desde antes da parceira, como vôlei sentado, basquete em cadeiras de rodas (de uma forma adaptada, pois não temos cadeira de rodas). Fato é que a presença do projeto pode fazer com que possamos trabalhar mais com essa modalidade”, afirma.
Luiza explica ainda que sempre foi uma preocupação dela fazer com que o estudante, durante as aulas de Educação Física, pense criticamente e reconheça as pessoas com deficiência como capazes de praticar esportes. “Mesmo quando não temos esse público na nossa comunidade escolar, acredito que é importante que o estudante conheça essas práticas e se sensibilize em relação à vida dessas pessoas, para observar, por exemplo, a cidade e sua falta de acessibilidade”, conclui a professora.
Goalball
O Goalball é uma modalidade para atletas com deficiência visual (cegos ou com baixa visão). Jogado por times de três jogadores, o objetivo é marcar gols no gol adversário usando uma bola com guizos, que serve de orientação para a movimentação dos jogadores.
Diretoria de Comunicação do Conif
Texto: Secom/CEFET-MG
Foto: Secom/CEFET-MG