IF Goiano apresenta a trajetória de mulheres que são referências para a Instituição

As mulheres destacadas ao longo do mês, cada uma a seu modo, narram suas histórias e identificam como é ser pesquisadora em um mundo ainda dominado pelo machismo, patriarcado e desigualdades étnico-raciais.


A terceira história é de Natália Louzada, docente do Campus Ceres que vê na formação de uma comunidade acadêmica consciente, crítica e vigilante a ferramenta necessária para combater o machismo, racismo, a misoginia, a homo e transfobia.


Além do feminismo, desde que entrou na Instituição, em 2015, ela tem centrado sua atividade profissional, em temas relacionados à diversidade étnico-racial, de gênero e sexualidade e direitos humanos. Confira:


Engajada ativamente na luta feminista, para Natália, ser mulher numa sociedade patriarcal, prevalece a disseminação do discurso de ódio contra mulheres, exige a necessidade de atestar competência todos os dias, seja no exercício profissional, nas funções de casamento e maternidade, ou em tarefas simples do cotidiano, tais como fazer a manutenção de um carro ou de um aparelho eletrônico. “A condição feminina implica vulnerabilidade à violência física e simbólica, que pode se manifestar a qualquer momento em qualquer espaço”, afirma.


E essa realidade, de acordo com a professora, ainda pode se somar à hostilidade de determinados grupos sociais quando se trata de mulheres independentes intelectual e financeiramente. “O que, para as mulheres solteiras, vem muitas vezes acompanhado de objetificação sexual e solidão afetiva”, completa.


Como docente, Natália acredita que a ferramenta para construção de uma sociedade plural e menos desigual em termos de gênero, sexualidade e raça é a formação de cidadãos críticos, capazes de interpretar e intervir sobre as relações sociais que os envolvem. “O combate ao machismo, ao racismo, à misoginia, à homo e transfobia depende, sobretudo, da formação de uma comunidade acadêmica consciente, crítica e vigilante”, afirma.


Desde o seu ingresso no IF Goiano, em 2015, Natália tem centrado sua atividade profissional em temas relacionados à defesa das minorias e direitos humanos. Sua atuação vai para além da formação em sala de aula. Dentre as atividades executadas pela docente, atualmente a professora é uma das coordenadoras do projeto Meninas Digitais do Cerrado (MDC), que é um trabalho desenvolvido no Campus Ceres com o objetivo de divulgar a área da computação e despertar e estimular a participação feminina nos diversos campos de trabalho da informática. O projeto é vinculado à Sociedade Brasileira da Computação. “Buscamos desconstruir os estereótipos de gênero atribuídos ao campo da computação, historicamente representado como masculino”, explica.


Nesse sentido, o MDC oportuniza às estudantes uma revisão crítica da história das mulheres na computação com o objetivo de visibilizar figuras femininas “esquecidas” pela narrativa tradicional, além de disponibilizar capacitações técnicas. Por meio do projeto, as estudantes também desenvolvem pesquisas científicas acerca do êxito e permanência de mulheres nos cursos técnico integrado em informática e bacharelado em Sistemas de Informação, do Campus Ceres. 


Natália também participa da Comissão Responsável pelo Programa Institucional de Combate ao Racismo e à Homofobia no IF Goiano e é coordenadora do Sistema de Núcleos Afro-Brasileiros e Indígenas do IF Goiano (SISNEABI). A professora já fez parte dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Ceres e de Ensino e Pesquisa em Diversidade de Gênero e Sexualidade (NEPEDIS). Também já integrou a Comissão Institucional de Visibilidade e Representatividade das Minorias do IF Goiano.


Assessoria de Comunicação do Conif

Texto: Ascom IF Goiano