Professor do IFFar vence Selo de Inovação SBC 2024

De acordo com o site da SBC, o objetivo do Selo de Inovação é “promover a inovação no ambiente acadêmico premiando projetos desenvolvidos durante a graduação, o mestrado ou o doutorado com potencial de se tornarem inovações tecnológicas”. O evento é realizado anualmente. Em 2024, a premiação ocorreu durante o 44º Congresso da SBC, realizado no mês de julho, em Brasília.


O projeto de pesquisa vencedor desta edição do Selo de Inovação da SBC é do professor do IFFar – Campus São Borja, Bruno Siqueira. Parte da pesquisa foi desenvolvida durante o curso de Doutorado Interinstitucional (Dinter) em Computação oferecido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o IFFar.


O Dinter é um formato de curso em que uma turma é atendida, em caráter temporário e sob condições especiais, por um programa de pós-graduação reconhecido e já consolidado. O Dinter em Computação teve início em março de 2020, tendo sido o primeiro curso de doutorado a ser oferecido nesta modalidade para servidores do IFFar. A ação foi financiada com recursos do Programa Institucional de Incentivo à Qualificação Profissional em Programas Especiais do IFFar (PIIQPPE).


A proposta apresentada por Bruno Siqueira para o Selo de Inovação tem como título “Orbio: Otimização e Gestão de Missões com Veículos Aéreos Não Tripulados para Dispersão de Agentes no Controle Biológico de Pragas”. Em linhas gerais, a Orbio é uma plataforma que permite gerenciar missões de dispersão de agentes biológicos em plantações com a utilização de drones.


Além do professor Bruno Siqueira, co-assinam o projeto Tauã Cabreira e Marcelo de Souza Moreira, do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul); Paulo Roberto Ferreira Júnior, da UFPel; Lucio Jorge, da Embrapa; e Nicholas Rodwell Mathias e Ricardo Antonio de Oliveira Machado, da Birdview Drone Bio Control, startup parceira no desenvolvimento da tecnologia.


Apesar de ter sido desenvolvida durante o curso de doutorado na UFPel, a pesquisa do professor Bruno Siqueira remete a toda a sua trajetória acadêmica e atuação no IFFar. Durante o curso de mestrado, o professor já tinha trabalhado com algoritmos de otimização de rotas. No Campus São Borja, desenvolve pesquisa na área da robótica com quatro alunos bolsistas.


Além disso, Bruno Siqueira coordena a Incubadora de Base Tecnológica e o Laboratório IF Maker do Campus São Borja, é idealizador do torneio de programação BugCup e atua junto ao Desafio de Empreendedorismo do IFFar “Bye Bye Boss”.


Projeto de pesquisa aplicada traz inovações e soluções para o mundo real

De acordo com o professor Bruno Siqueira, a solução apresentada exibe alguns diferenciais em relação a serviços já existentes no mercado. Uma das inovações é o fato de a tecnologia ter sido desenvolvida como um sistema web, ou seja, roda como um site na internet, permitindo que as missões sejam gerenciadas a partir de computadores com baixa capacidade de processamento.


Outra característica inovadora do projeto diz respeito aos algoritmos de otimização de rota. A tecnologia foi pensada para ser de fácil aplicação e de baixo custo para os produtores rurais. A ideia é que os agentes biológicos sejam dispersados por meio de drones com custo mais acessível e já homologados pelas agências reguladoras. Este tipo de aeronave tem como uma de suas características a baixa capacidade das baterias, que limita a capacidade de voo em 20 ou 30 minutos, em média.


Além disso, há uma variedade de agentes biológicos para o controle de pragas que podem ser utilizados em diferentes tipos de áreas produtivas. Por esse motivo, a aplicação desses agentes deve ser adaptada conforme a situação, variação dos intervalos, tipo de praga, formato e a quantidades e áreas de cobertura. Isso demanda uma logística complexa, envolvendo múltiplas aplicações.


Para que os drones sejam capazes de executar as missões de dispersão com eficiência, é necessário, portanto, que suas rotas sejam otimizadas especificamente para este fim. A plataforma Orbio garante que os voos realizados pelo drone ocorram com segurança e que a dispersão dos agentes biológicos se dê na medida certa para o melhor controle das pragas.


A terceira diferença fundamental da plataforma Orbio é resultado de uma parceria com a startup Birdview Drone Bio Control. A empresa é especializada na aplicação de biodefensivos com drones. Entre as colaborações da startup está o desenvolvimento do dispersador. É este equipamento que, acoplado aos drones, permite carregar e dispersar os agentes biológicos no campo.


A parceria com a Birdview é fruto de um acordo de cooperação com o IFFar. O professor Bruno Siqueira destaca que a parceria permitiu, inclusive, a instalação de uma unidade da empresa na Incubadora de Base Tecnológica do Campus São Borja e a abertura de vagas de estágio para estudantes do IFFar.


Além do desenvolvimento da tecnologia, o projeto de pesquisa prevê sua aplicação prática no mundo real. A plataforma ORBIO está atualmente em processo de registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Dessa forma, a pesquisa acadêmica deverá se transformar em um serviço oferecido por meio de um modelo de Software como Serviço (SaaS).


Os interessados poderão adquirir a solução tecnológica por meio de assinaturas, gerenciando eles mesmos a aplicação dos agentes biológicos, ou optar pela contratação de um serviço de consultoria especializado.


Ao site da SBC, o professor Bruno Siqueira destacou o aspecto prático da pesquisa aplicada. “Ao conectar pesquisa e prática, conseguimos desenvolver soluções que atendem às necessidades reais do mercado, contribuindo para o avanço tecnológico e o desenvolvimento econômico. Esse tipo de colaboração é essencial para transformar conhecimento em valor tangível, beneficiando tanto a sociedade quanto o ambiente acadêmico”.


Diretoria de Comunicação do Conif

Texto: Secom IFFar

Com informações da Equipe de Comunicação da SBC

Foto: Arquivo IFFar

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