Estudantes da Rede Federal são contempladas na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista

Paralisado desde 2019, o Prêmio Jovem Cientista voltou a ser realizado e, na última quarta-feira – 12 de fevereiro –, ocorreu a entrega de honrarias a dez pesquisadores e duas instituições agraciadas na 30ª edição, em Brasília. Focados no tema “Conectividade e inclusão digital”, os vencedores apresentaram soluções práticas para problemas encontrados no dia-a-dia.


Três estudantes da Rede Federal foram contempladas com premiações: Arienny Ramos Souza, estudante do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal do Pará (IFPA), que ficou em primeiro lugar na categoria “Estudante de Ensino Superior”; Letícia dos Santos, estudante do curso técnico integrado em Telecomunicações do Instituto Federal do Ceará (IFCE), que conquistou o segundo lugar na categoria “Estudantes de Ensino Médio”; e Maysa Grazielle dos Santos Pessoa, do IFPA, que ficou em terceiro lugar na mesma categoria de Letícia dos Santos.


Na oportunidade, Arienny foi premiada pelo trabalho “Gênero e poder no ciberespaço: a dinâmica do assédio sexual contra estudantes do sexo feminino nas redes sociais online”. Letícia, garantiu a segunda colocação com a pesquisa “LIoT: democratizando o conhecimento em Internet das Coisas por intermédio de livros, placas e missões práticas inovadoras”. Por fim, Maysa Grazielle conquistou o terceiro lugar com o trabalho “TECSCOPE 3D: Uma Alternativa de Microscópio para o Ensino Médio no Xingu, Amazônia”.


A cerimônia de premiação contou com a presença da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, e do secretário-geral da Fundação Roberto Marinho (FRM), João Alegria.  


A ministra da Ciência e Tecnologia destacou a retomada do prêmio, que estava paralisado e ressaltou que isso representa a superação de um período de corte de investimentos, negacionismo e desqualificação da ciência.

“Hoje, nesse evento, celebramos a ciência viva que é feita por jovens talentosos e talentosas que já estão contribuindo com o avanço do país", disse. De acordo com a ministra, os trabalhos demonstram criatividade e mostram que a ciência é motor de impacto social. Luciana Santos antecipou o tema da próxima edição do prêmio: soluções para enfrentar as mudanças climáticas.


Depoimentos


Para Arienny Ramos Souza, contemplada com o primeiro lugar na categoria Estudante de Ensino Superior, o prêmio é uma conquista significativa para sua trajetória acadêmica e profissional.


“Como mulher negra, periférica e egressa de escola pública, sempre enfrentei desafios que demandaram esforço e resiliência para ocupar este espaço na ciência. Este reconhecimento não apenas valoriza minha dedicação, mas também reafirma a importância da representatividade e da inclusão na pesquisa”, observou. A estudante também integra o Núcleo de Pesquisa em Educação e Cibercultura (Nupec) do IFPA, em que participa de projetos na linha de pesquisa em antropologia de gênero.


O estudo investiga como o assédio sexual online impacta alunas no ambiente educacional, destacando-o como um processo que favorece e precede o assédio sexual físico. “Por meio de relatos, entrevistas e análises de casos em redes sociais, foram identificados padrões comportamentais e fatores sociais, culturais e institucionais que perpetuam essa violência, especialmente entre mulheres de baixa renda e etnias marginalizadas”, diz.


Além de denunciar essas práticas, a pesquisa desenvolveu uma cartilha para conscientizar e prevenir o assédio sexual online. “O estudo busca promover um ambiente acadêmico mais seguro e igualitário, destacando a urgência de ações institucionais contra essa realidade”, completa.


Letícia conta que “tudo começou” por meio da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR).


“A OBR me abriu várias portas e, dentre elas, essa oportunidade de estar aqui no laboratório e participar de projetos como esse e contribuir, com Luana, escrevendo livros com histórias em que componentes eletrônicos viraram personagens. Por meio da obra, eu acreditei que seria possível facilitar a compreensão desses assuntos complexos”, explica. Letícia contou com a parceria de Luana Moura, estudante de graduação em Engenharia de Mecatrônica do IFCE.


Sobre o Prêmio


O Prêmio Jovem Cientista foi criado em 1981 pelo CNPq, em parceria com a Fundação Roberto Marinho (FRM) e empresas da iniciativa privada. O  objetivo do prêmio é revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela sociedade brasileira. Considerado um dos mais importantes reconhecimentos aos jovens cientistas brasileiros, o prêmio apresenta, a cada edição, um tema relevante para o desenvolvimento científico e tecnológico que atenda às políticas públicas do governo e seja de relevância para a sociedade brasileira. 


Ao longo de sua trajetória, o Jovem Cientista já contemplou mais de 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino médio e superior.   A 30ª edição teve 801 inscrições, em cinco categorias: Mestre e Doutor, Ensino Superior, Ensino Médio, Mérito Científico e  Mérito Institucional. Os três melhores trabalhos em cada uma das categorias receberam premiações, extensivas aos orientadores.


Esse ano, os valores variam de R$12 mil a R$40 mil. Os três primeiros contemplados nas categorias Mestre e Doutor, Estudante de Ensino Superior e Estudante de Ensino Médio também receberão bolsas de estudo com prazo para início da utilização de até 24 meses. As instituições premiadas na categoria Mérito Institucional – Instituição de Ensino Superior e Instituição de Ensino Médio – receberão, cada uma R$ 40 mil.

Diretoria de Comunicação do Conif

Com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

Foto: Rodrigo Cabral/Ascom MCTI

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